Eu - Catarina Pisco
Eu já esqueci a última vez que soube ser livre. Uma
vaga imagem fumarenta espreita ainda do canto do olho - mas logo some, impossível
de se fixar. Sei apenas que existiam dores de barriga de gargalhadas leves e
altas e uma pele beijada pelo carinho do sol e do sal. Porém, de que me servem
sentimentos que não chegam a memórias?
Tic-tac-tic-tac.
Olho o relógio, o meu fiel captor, obstinado em reduzir-me a milésimas de segundo que não dão tempo à verdade: ele sou eu.
Tic-tac-tic-tac.
Olho o relógio, o meu fiel captor, obstinado em reduzir-me a milésimas de segundo que não dão tempo à verdade: ele sou eu.
Catarina Pisco
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