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A mostrar mensagens de maio 10, 2020

Pontuações Totais

Aqui ficam as pontuações de cada participante, resultado do somatório dos 3 desafios. Alex Rodes 81 Alexandre Mendes 81 Aline Arantes 81 Ana Catarina Baptista 78 Catarina Coelho 81 Maria Flor 77 Escafandro 80 Alice B. Sobral 52 Émssi 78 Ana Vargas Santos 80 Ana Torres 79 Cláudio Lima 80 Bruno Andrade 81 Carolina Pinto 80 Calíope 80 Catarina Pisco 81 Frelsih 81 Isabel N 80 Catarina Mendes 78 C. 81 Maria Lufialoísa 78 Cristina Hélcias 78 ORPHEU 80 1114 26 Li Lemos 79 Eva Oddo 80 Fabio W. 77 Filipa Pacheco 79 DINORAH 79 Inês Istente 81 3458 81 Inês Lopes da Costa 78 Isabelz 79 Jaime Pinho 80 Maria Pia Setins 79 j.pereira 78 Miosótis 79 Onid 79

Sem A - Maria André

Zé-ninguém Sem pudor me confesso um zé-ninguém. Despido de nome, de bens, por defeito, sem ser indigno. Invisível. Invicto. Contudo, sem ser o primeiro, ou o último, porque inteiro estou no momento, seguro de que senti pelo viver (dou-lhe o insigne e devido crédito) um indefinível tédio, encontrei no ler, como no rir, o perfeito remédio.

Sem A - Íris

Óbidos, 10 de Junho 1970 Querido Leopoldo, Sei que prometi escrever-te em todos os inquietos momentos do meu percurso neste sítio. Nem sempre tem sido possível. Diz-se que quem ri por último ri melhor, porém todos se riem de mim neste momento. Desejoso de ter sucesso, fui imprudente. Fui vivendo sereno, construindo o meu império esplendoroso e opulento. Contudo, sempre fui muito meticuloso o que me tornou um sincero mendigo, sequioso de doces meiguices. Como é possível ter sido um mero espírito desertor em todo este meu percurso? Sinto-me como um terreno inóspito de sentimentos, infértil de emoções… Cumprimentos, José

Sem A - Lily Waters

Estou num ponto sem retorno. Olho-te de vez em vez. Constróis com o mínimo de esforço o que considero impossível. Os muitos pequenos momentos. Doces momentos. Dos teus sorrisos. Gentis presentes de bom humor. Sem medos nem rodeios. Quero ir ter contigo… Dos olhos cor de outono, que me surpreendem e onde me perco. Quero ir ter contigo… Dos gestos, dos verbos. Onde fico perto de ti. Sereno. Quero ir ter contigo… O que eu quero é um beijo teu. E oferecer-te o meu.

Sem A - RM

Outro mês que segue (in)completo. Registo o tempo que foge. Sorrisos e dores invisíveis. Sei viver num tom sereno e feliz sem ti, porém, recordo-te em pormenores… é indiscutível. Querer bem é permitir-se seguir por trilhos diferentes, mesmo que isso signifique existir em epicentros opostos. Vivo-te longe e sei bem-querer-te por si só".

Sem A - Nicole Ribeiro

Querido esposo, No momento em que leres este bilhete o veneno concluiu o seu dever. O conceito de suicídio percorreu-me em diversos momentos como um rumor, um delírio do meu espírito desconexo. Esqueci o meu próprio sentido e perdi-me de mim. O silêncio enlouqueceu-me. E o tempo, esse, fez pouco de mim sempre que deu pelo teu sumiço, estendendo os ponteiros do relógio. O espelho riu-se de mim. Disse-me como sou reles. Desprezível. Um excremento. Sinto que têm sido sinceros comigo. Por isso vesti o meu melhor vestido e servi-me de um bom copo de vinho. O desfecho é-te conhecido.

Sem A - Miguel Madeira

Excelentíssimos Senhores Membros do Júri do Torneio, Choque! É deste modo que defino o que em mim provocou o procedimento que o Júri deste concurso seguiu com o oculto intuito de, restringindo os movimentos dos concorrentes, esmorecer o respetivo empenho e reduzir o número de textos em concurso. Em tempos difíceis como os que vivemos, cheios de restrições de todo o tipo, pretende o Júri deste concurso proceder como os censores de tempos idos? Fiquem os Senhores Membros do Júri do Torneio cientes de que prosseguiremos com todo o vigor. Desconhecem os nossos recursos… Escrever, escrever, sempre escrever! Cumprimentos,

Sem A - Rita Bourbon

Sofro Hoje nem quero ter sentido. Tenho um frio por dentro, vivo de olhos que me veem no escuro, o que sou, o que me envolve… Sofro. E que bom é poder sentir o que vivo, ver de onde venho, e, consciente do que sou, sei o que serei, mesmo que, sofrendo.

Sem A - Maria Bolota

Gosto de ti. Gosto muito, mesmo. Tu nem me vês. Eu suspiro se te vejo. Desejo um toque teu, um sorriso, um beijo. Temo viver sem ti e temo morrer sem ti. Não me iludido. Desespero. Viverei contigo no meu intimo. Levo-te comigo onde for. Sempre. Em sonhos, conto-te o que sinto. Tu sorris. Quero, olhos nos olhos, dizer-te que és o meu mundo. Fico mudo. É segredo. É só meu. Confesso em silêncio. Ninguém me lê. Nem tu.

Sem A - Matilda Bolívar

Uíge, 15 de dezembro de 1961 Luz, Espero que se encontre bem. Estou, de novo, sob o dever de olheiro. Recusei o seu conselho e decidi prosseguir com o enrole do fumo. Em noites enormes, o tempo tem que se mover com ligeirice. Notei o céu e os seus pontos fluorescentes. E, no vislumbre de um feixe de luz, o que foi distinto tornou-se-me íntimo. Lembrei-me de si e, de certo modo, reencontrei o júbilo que esteve encoberto pelo espesso silvedo de Uíge. Espero que recuse o meu esquecimento. Cumprimentos, Domingos PS: encontrei um símio, denominei-o Funges.

Sem A - Maria Miranda

O Futuro, Hoje! Hoje. Somos meros desconhecidos, um exímio e oculto Conselho que protege o tesouro escondido envolto em enorme mistério. Unidos, contemos o invólucro que envolve o códex. O compromisso é encobrir fielmente o seu conteúdo no decorrer dos próximos séculos. Este segredo oponente pode ser benigno e simplesmente conflituoso, todos seremos fortemente conscienciosos com o perigo deste secretismo. Reunidos, decidiremos com rigor o momento oportuno, de ceder este documento premonitório. O sentimento legitimo é concluir o scriptum incontroverso de modo convincente, com um presumível desfecho fictício, este feito inconsequente encobre o seu honroso e imprescindível sucesso. O benemérito

Sem A - Joana Calvino

Sou feliz no meu mundo. É decerto um mundo pequeno e estreito, porém, gosto dele, é meu e é simples, sereno, cómodo. De súbito surges tu, brusco, louco, comovente, e, sem dó nenhum, destróis os suportes do meu porto seguro. Um sentimento, que recuso, rejeito, corrói-me no interior do meu ser, do meu ventre. Tento destruí-lo, submergi-lo. Jogo-o no fundo do poço... Ele ressurge. Pressiono, forço... Ele resiste. Corro, fujo, tento dormir, esquecer… Ele persiste. Desisto. Odeio-te. Culpo-te por sentir este desejo. Imenso. Espero por ti no sítio do costume. Quero-te. Muito.

Sem A - Margarida Pacheco Nunes

Meu querido tumulto interior, Tenho de te permitir. Ocorres se eu decidir. Processo místico, invernoso, por vezes ignóbil, porém luminescente. Vens de um ciclo que envolve mente, corpo, equilíbrio; permeio-te. Querendo subir outro nível de ego, germino-te. Escolho romper grilhões e floresces. Filho meu. Impertinente e jocoso, ruges; eu devolvo o rugido. Luto, fujo, escondo-me. Por fim, permito-me sentir. Fluindo, vem dor, torpor, ressentimento. Perco o norte. Imprescindível. Contudo, entrego-me e emerge luz – o tesouro, tremeluzindo no horizonte. Merecido, fruto do esforço de querer ver o espírito vencer. Ser. Fénix. Cristo. No centro do peito. O melhor de mim.

Sem A - Paulo Villar

Envio-te este pequeno e tristonho texto: quero despedir-me de ti. Dizer-te que… Tenho medo de ser um homem só e perdido … sem te ver, sem te descrever nos meus sonhos… porém, tem de ser! Estou resoluto! Nem te vou dizer o porquê… Firmemente resoluto, percebes?! Tenho de ser firme e decidido como todos os homens devem ser. Choro um pouco. Um poucochinho. Vês? Sentes? Nem te perdeste comigo noites e noites… Viste o pôr do sol, hoje? Viste bem?! Foi o que perdeste… Se estivesses comigo… luzes e cores. E sentir!

Sem A - João Frade

Domingo, dez do cinco Exercício físico. Hoje percorri correndo o circuito do terreno, junto do rio. Depois de perto de dois quilómetros, no molhe dos rochedos, tirei os ténis e mergulhei. Mergulhei fundo e longe. Retorno em estilo crol e subo junto do molhe, enfiei os ténis, e em ritmo lento regresso. O milho cresceu no bordo do rego. No curro vejo o touro negro, nos chiqueiros os porcos vêem-se bem. O suor cobre todo o meu corpo , preciso de um duche ! Entro no domicilio. O liquido fresco escorre por mim, inteiro.

Sem A - Miosótis

Querido Rui, Espero que este bilhete te encontre bem. Como sempre, foi um gosto ouvir o teu eloquente testemunho. Sempre que nos vemos, sinto que te vou conhecendo por inteiro. És surpreendente e reverencio o teu empenho e o tempo que perdes comigo e com o meu inquérito sobre este singelo conceito que é o concreto. Quero corresponder remetendo um verbo íntimo, que tem um sentido profundo e de bem-querer. É proibido indeferir! Tenho-te sempre em mente. Longe de ti, morro! Tu és o elemento imprescindível que preenche o meu ser. Um beijo, com desejo e interesse, m

Sem A - j.pereira

Hoje quero dormir cedo. Porém, ocorre-me se quero que me importunes em sonhos. E isso fez-me escrever-te. Preciso de desprender-me de ti. Preciso de colher todos reflexos, do que me fez fugir desse sítio e de ti. Preciso descobrir-me. Preciso depreender tudo o que me fez fugir de mim, todo este tempo. Preciso sentir-me. Preciso de descobrir o que é viver sem ti. Tudo o que penso (e em tudo o que penso) é, somente em ti. Contudo preciso de sentir que sou o condutor no meu próprio trilho. Por isso te escrevo. E por isso me despeço.

Sem A - Inês Lopes da Costa

Meu querido, Tentei esquecer-te, tentei substituir-te, cobicei-te e por fim tornei-te num desconhecido. Contudo, escrevo-te em desespero de te ter comigo. Sonho o tempo todo contigo, com os nossos encontros em becos escondidos, com os nossos beijos solenes no topo do monte onde nos conhecemos. Sonho com o teu toque e desperto desejando-te sentir dentro de mim. Excedi-me no que te disse e sei que errei, porém, em nenhum momento foi com o intuito de ferir os teus sentimentos. Despeço-me com o desejo de te ver nos meus sonhos, pois só desse modo é que te tenho.

Sem A - Dinorah

É noite . Penso em ti. Sinto-te em mim. E contudo estou só, terrivelmente só no silêncio escuro que envolve o meu ser. Escondo o corpo frio dentro de mim e num grito mudo prenuncio-te…e pronuncio o teu nome. Nem sopro de ti… Fecho os olhos, respiro fundo e vejo-te…. Lembro o teu sorriso de menino, os teus olhos doces, cor do céu infinito. Sei que és o verbo, o meu princípio, e eu espero por ti. Escrevo-te. E escrevo como se o tempo fosse infinito ….Escrever é ter-te, e nestes tempos de silêncio, preciso de ti. Hoje e sempre.

Sem A - Cristina Hélcias

Querido eu mesmo, Escrevo-lhe este bilhete com o intuito de prevenir o seguinte: o tempo de todos nós é curto, por isso é preciso vivê-lo bem. Cole este lembrete no espelho. Memorize o dito como se hino fosse, pois é só repetindo que o músculo, o do peito esquerdo, entende. De resto, cuide-se, escove os dentes, use filtro 25 no rosto e lembre-se de ser gentil consigo. Desejo-lhe sorte. O seu sempre,  você mesmo

Sem A - Catarina Mendes

Meu bem, Cobre-me Sente-me, Vê-me Descobre-me Vive-me, Sem medos. Eu vejo-te, Vejo-te com todos esses teus tons, Fios pretos E cores de flores. Sempre reluzente, Visto pelos meus olhos Cor de mel, Hipnóticos Sedutores, Repletos de fogo e desejo. Desejo-te, Vejo-te, Com cores Sem flores, Com flores Sem cores, Vejo-te inteiro, Sem medos.

Sem A - Isabel N

Hoje foi tudo muito simples e bonito. Melhor que nos meus sonhos. O tempo fluiu. O sol brilhou tempos sem fim num céu imenso sem nuvens, e o rouxinol do vizinho esteve sempre muito efusivo. E, de repente, ele piscou-me o olho e roubou-me um beijo. Vou dormir muito bem, com o rouxinol no ouvido e no peito um verso feliz.

Sem A - Ana Torres

Hoje foi o fim. O que é que queres de mim?! Eu tentei! Fiz tudo o que quiseste. Concentrei-me em ser melhor. Mil vezes, tentei pôr-me de pé. Tu riste-te de todos os tombos, ser cruel. Num último esforço, foquei-me e tentei erguer-me. Um, dois, TRÊS! O meu tornozelo cedeu e escorreguei. Esquivei-me. Porém, foste veloz. Senti o teu soco e o mundo ficou escuro. MERD…. novo soco, e fiquei sem oxigénio. Quero-te longe, Posídon: o teu ensino é dor e o surf é um desporto mesmo ESTÚPIDO! O teu ex-pupilo

Sem A - Émssi

Porto, 11/05/2020 Hoje foi terrível. Gritei, berrei, rugi. Perdi-me. Descontrolei-me por completo, como um louco. Gritei com o homem que é sempre o mesmo, com os miúdos que insistem em desobedecer-me, com o choro do bebé que só pediu um minuto meu, com o cozido que se queimou, com tudo o que ficou por cumprir e o tempo que só foge. Hoje foi impossível. Perdi o controlo por completo, nem sei como nem porquê. Gritei, berrei, rugi, foi o que fiz. E só no momento em que respirei fundo percebi: gritei e ninguém (nem mesmo eu) ouviu.

Sem A - Maria Flor

O tempo é um impostor. Num momento tudo bem e de repente um grito: “Foge!”. Eu nem percebi porquê. O vento. O impiedoso vento! “O Bebé?”, perguntei num tormento. Vi-o. Peguei nele, cobri-o e fugimos, correndo, sem refúgio possível! Corremos sem conseguir ver defronte do rosto. “Socorro!”, gritei com todo o meu fôlego. Ninguém ouviu. Esqueci-me de mim. Receei pelo meu tesouro! De o perder, que se ferisse no terrível ciclone. Terminou do mesmo modo como começou, num breve segundo. Ficou o susto nos recônditos do esquecimento. O tempo melhorou.

Sem A - Ana Catarina Baptista

Sempre ousei ser livre e ter o poder de escolher o meu rumo. Nem sempre correu bem. Depois de seguir um rumo impossível e doloroso, desisti. De mente dormente, voltei como volto sempre que me perco e me dececiono. Impelido pelo vento forte, cheguei num inverno triste e sem sol, em que o frio rigoroso nos entorpece o cérebro. Ouvi o toque do velho sino no cimo do monte onde sempre vivi. Os meus ouvidos, corrompidos pelo tempo, somente reconhecem sons de perigo que ensurdecem tudo. Tenho medo. Questiono-me se merecerei ser feliz... Porque descobri que livre, eu sempre fui.