Sem A - Margarida Pacheco Nunes
Meu querido tumulto interior,
Tenho de te permitir.
Ocorres se eu decidir.
Processo místico, invernoso, por vezes ignóbil, porém luminescente.
Vens de um ciclo que envolve mente, corpo, equilíbrio; permeio-te.
Querendo subir outro nível de ego, germino-te.
Escolho romper grilhões e floresces.
Filho meu.
Impertinente e jocoso, ruges; eu devolvo o rugido.
Luto, fujo, escondo-me.
Por fim, permito-me sentir.
Fluindo, vem dor, torpor, ressentimento.
Perco o norte.
Imprescindível.
Contudo, entrego-me e emerge luz – o tesouro, tremeluzindo no horizonte.
Merecido, fruto do esforço de querer ver o espírito vencer.
Ser.
Fénix.
Cristo.
No centro do peito.
O melhor de mim.
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