Eu - Frelsih


Eu adorava as ruas mais estreitas e sombrias. Adorava as histórias possíveis de imaginar num beco lisboeta. Poucos veem, mas há histórias nos olhos exaustos de um rapaz que arrasta um cigarro até aos lábios. Histórias nas camisas desbotadas, encharcadas de suor, a escorrer nos varais. Histórias no álcool derramado na calçada, nos graffitis das paredes, a gritar mudas frases de revolta. Há histórias no que é vulgar e há uma beleza triste nas batalhas perdidas e nos defeitos humanos.
 Poucos veem, mas vejo eu.


Frelsih


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