Eu - Paulo Ramos Jerónimo
Eu não gosto de pensamentos
estreitos, mas, neste momento, não consigo sair daqui. Ver o meu pai ali,
deitado, à espera, traz-me memórias.
Revi tudo: quase órfão, nunca lhe
tinha conhecido abraços nem beijos; apenas caras fechadas, reprimendas, e um
sentir estranho de que nunca nos tínhamos pertencido.
Até que recebemos o Monte dos
Vitrais. Reconstruir a herança do avô, desde o portão de ferro às telhas do
estábulo, foi a nossa terapia. Discutimos e gritámos muito. Mas começámos a
falar.
Ele mudou. Como eu.
Paulo Ramos Jerónimo
Bonito!
ResponderEliminarObrigado Maria!
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