Galeria de Sonetos
Soneto ao que somos
Somos o que sonhamos e o que escolhemos.
Saltamos à corda com falsas inevitabilidades
Vivendo limitações concomitantes com liberdades.
Somos o que nos permitimos e o que nos atrevemos.
Somos um instante. Foi assim que aparecemos.
E enquanto não somos mais, tergiversamos barbaridades,
Calçamos sapatos que não são nossos forrados de ambiguidades.
Contra a inexorável passagem do tempo, combatemos.
Em segredo sentimo-nos incompletos
Ufanistas, gostamos de afirmar: “Eu sou esta e aquela história!”
Somos complexos e vivemos irrequietos.
O que restará de nós é pouco, é nada. Não existe escapatória.
Putrefactos, empedernidos e quietos
Habitaremos para sempre os ecos do bulício da memória."
Soneto do torneio
Primeiro, uma palavra obrigatória;
Em seguida, uma palavra proibida.
Decidi-me a escrever sobre a memória,
Antes isso que dar-me por vencida.
Quando, cansada, clamei “moratória!”,
Logo me esperava nova partida.
Foi-se uma letra, sem pompa nem glória...
De todas, a mais vezes repetida!
Depois de um percurso rocambolesco,
Veio o provérbio, e calhou kafkaesco.
Avançam, inexoráveis, as horas,
Somos o que sonhamos e o que escolhemos.
Saltamos à corda com falsas inevitabilidades
Vivendo limitações concomitantes com liberdades.
Somos o que nos permitimos e o que nos atrevemos.
Somos um instante. Foi assim que aparecemos.
E enquanto não somos mais, tergiversamos barbaridades,
Calçamos sapatos que não são nossos forrados de ambiguidades.
Contra a inexorável passagem do tempo, combatemos.
Em segredo sentimo-nos incompletos
Ufanistas, gostamos de afirmar: “Eu sou esta e aquela história!”
Somos complexos e vivemos irrequietos.
O que restará de nós é pouco, é nada. Não existe escapatória.
Putrefactos, empedernidos e quietos
Habitaremos para sempre os ecos do bulício da memória."
Escafandro
Primeiro, uma palavra obrigatória;
Em seguida, uma palavra proibida.
Decidi-me a escrever sobre a memória,
Antes isso que dar-me por vencida.
Quando, cansada, clamei “moratória!”,
Logo me esperava nova partida.
Foi-se uma letra, sem pompa nem glória...
De todas, a mais vezes repetida!
Depois de um percurso rocambolesco,
Veio o provérbio, e calhou kafkaesco.
Avançam, inexoráveis, as horas,
E avança o concurso, sem mais demoras.
Linha a linha, já quase vejo a meta,
Falta ainda o soneto - ai de mim, poeta!
Na cerúlea paisagem, o alvanéu,
Filaucioso, voraz e ufano amante,
Ao passar pela rã, nua e sem chapéu,
Deu-lhe tal beijo e tão escaldante
Que ela, iconoclasta, rubra, envaidecida
Osfresia de odores, e de cores, flamejante,
Caiu em seu colo, zonza, entorpecida
Qual dama tomada de paixão esfuziante.
E o tempo, essa espiroqueta inevitável
Traçava-lhes o destino inexorável,
Algo nunca visto no vasto mundo
Esse matrimónio, torpe, kafkiano
Entre um batráquio e um humano
Que uns diziam belo e outros, imundo.
Júbilo para insónias e sestas
Caminho entre o chocolate e o combate
A fingir faculdades kafkaescas,
Enquanto maravilhas pitorescas
Fitam a minha bolsinha escarlate.
Perdida, oh!, um miserável alicate!
Tantas ideias malvadas e frescas!
Suplico pelas almas gigantescas
Que a ti e a mim deleitam. Coração, bate,
Força! Estás empedernido, indeciso…
Mas oh!, outra vez, aqui me acho outra vez!
Onde estão, amores, as almas, o riso?
É que entre abacates e flacidez
E um avarento loquaz paraíso,
Só te distingo; maldita escassez…
Olhos nos olhos
Sinto-me, sob o teu olhar, num parálio longínquo,
Onde o bulício das ondas chega suavemente,
Íntimo azul que me atravessa em oblíquo,
Acalmando o meu coração intermitente.
Mas a zina dos teus olhos assusta, por vezes,
Impregnados pela ira, relutantes em sarar,
Brilhando-lhes os cerúleos tão ferozes,
Parecendo que querem retornar ao mar.
Contudo, busco a rutura do inexorável,
Procuro nas janelas do teu olhar um pensamento,
Um vislumbre da tua fragilidade, vulnerável.
Sem desejar, de modo algum, enjaulamento
Peço que permaneças com o teu olhar infindável
Refletindo o mar e o firmamento.
PASSEIO EXÓTICO
Centopeia vamos passear?
E eu fiquei a esperar, a esperar
Sabes quantos pés ela tem que calçar?
Não, ninguém os pode contar.
Slow Loris vamos passear?
Loris o lento ou Loris-preguiçoso
Demorou a levantar, a levantar
Assim não vamos nunca chegar.
Vamos Dragão Azul passear?
A lesma do mar celúreo
Disse-me não! E o molusco foi nadar.
Pangolim, Toupeira-nariz-de-estrela
Feneco, Peixe-bolha, Gafanhoto-cor-de-rosa
Ah! Que bulício, vou sozinha passear!
O amor
O amor és tu, semicírculo cálido em mim.
É uma excitação que mata, uma dor que cura.
São orquídeas loquazes prenhas de candura,
catadupas de glicínias de cerúleo carmim.
O amor és tu, esquisso-memória de noites sem fim.
É um iconoclasta que explode, um bulício que perdura.
São paletas vivazes em plena aventura,
molhos de cores em inexorável festim.
É o teu olhar em beneplácito amoroso,
escorrência concomitante do meu prazer.
É o teu hálito em pedido buliçoso,
osfresia primorosa do meu apetecer.
É o teu corpo sólido e virtuoso,
concerto privado do meu bem-querer.
Estima
Muitos, são os seres que subsistem na adversidade
Mulher de génio capazmente abnegado,
Tipo silenciosamente loquaz, fisicamente chegado
Resultantes, esfolaram-se em tentativas de cumplicidade.
Cortando a tribulação, espelharam um putrefacto legado
Talvez o mar, os propusesse à vulnerabilidade,
Memorial supedâneo, zelado pela reciprocidade
Foram as ondas que os afastaram, decompondo o agregado.
Caminharam, sentidos opostos por areia irreparável,
Parálio terminal dos seres com favas contadas.
Timoneiros pacientes, de um esforço imensurável.
Soprou o vento de costas voltadas,
Desmontando qualquer bulício inexorável.
Ambos, vítimas próprias, fielmente reportadas.
Exílio
No azul cerúleo do ocaso, no parálio cais,
Longe do bulício da nossa ida mocidade;
Recordo-me de nós, na flor da idade,
Embriagados de anseios ideais.
Com o beneplácito dos santos locais,
Versejavas com inaudita loquacidade,
E tergiversavas quanto à saudade,
Que restaria dos nossos sonhos irreais.
Inexorável destino traçou fim desterrado.
Linha a linha, já quase vejo a meta,
Falta ainda o soneto - ai de mim, poeta!
Ana Vargas Santos
Na cerúlea paisagem, o alvanéu,
Filaucioso, voraz e ufano amante,
Ao passar pela rã, nua e sem chapéu,
Deu-lhe tal beijo e tão escaldante
Que ela, iconoclasta, rubra, envaidecida
Osfresia de odores, e de cores, flamejante,
Caiu em seu colo, zonza, entorpecida
Qual dama tomada de paixão esfuziante.
E o tempo, essa espiroqueta inevitável
Traçava-lhes o destino inexorável,
Algo nunca visto no vasto mundo
Esse matrimónio, torpe, kafkiano
Entre um batráquio e um humano
Que uns diziam belo e outros, imundo.
Cláudio Lima
Júbilo para insónias e sestas
Caminho entre o chocolate e o combate
A fingir faculdades kafkaescas,
Enquanto maravilhas pitorescas
Fitam a minha bolsinha escarlate.
Perdida, oh!, um miserável alicate!
Tantas ideias malvadas e frescas!
Suplico pelas almas gigantescas
Que a ti e a mim deleitam. Coração, bate,
Força! Estás empedernido, indeciso…
Mas oh!, outra vez, aqui me acho outra vez!
Onde estão, amores, as almas, o riso?
É que entre abacates e flacidez
E um avarento loquaz paraíso,
Só te distingo; maldita escassez…
Carolina Pinto
Olhos nos olhos
Sinto-me, sob o teu olhar, num parálio longínquo,
Onde o bulício das ondas chega suavemente,
Íntimo azul que me atravessa em oblíquo,
Acalmando o meu coração intermitente.
Mas a zina dos teus olhos assusta, por vezes,
Impregnados pela ira, relutantes em sarar,
Brilhando-lhes os cerúleos tão ferozes,
Parecendo que querem retornar ao mar.
Contudo, busco a rutura do inexorável,
Procuro nas janelas do teu olhar um pensamento,
Um vislumbre da tua fragilidade, vulnerável.
Sem desejar, de modo algum, enjaulamento
Peço que permaneças com o teu olhar infindável
Refletindo o mar e o firmamento.
Calíope
PASSEIO EXÓTICO
Centopeia vamos passear?
E eu fiquei a esperar, a esperar
Sabes quantos pés ela tem que calçar?
Não, ninguém os pode contar.
Slow Loris vamos passear?
Loris o lento ou Loris-preguiçoso
Demorou a levantar, a levantar
Assim não vamos nunca chegar.
Vamos Dragão Azul passear?
A lesma do mar celúreo
Disse-me não! E o molusco foi nadar.
Pangolim, Toupeira-nariz-de-estrela
Feneco, Peixe-bolha, Gafanhoto-cor-de-rosa
Ah! Que bulício, vou sozinha passear!
C
O amor
O amor és tu, semicírculo cálido em mim.
É uma excitação que mata, uma dor que cura.
São orquídeas loquazes prenhas de candura,
catadupas de glicínias de cerúleo carmim.
O amor és tu, esquisso-memória de noites sem fim.
É um iconoclasta que explode, um bulício que perdura.
São paletas vivazes em plena aventura,
molhos de cores em inexorável festim.
É o teu olhar em beneplácito amoroso,
escorrência concomitante do meu prazer.
É o teu hálito em pedido buliçoso,
osfresia primorosa do meu apetecer.
É o teu corpo sólido e virtuoso,
concerto privado do meu bem-querer.
IsabelZ
Estima
Muitos, são os seres que subsistem na adversidade
Mulher de génio capazmente abnegado,
Tipo silenciosamente loquaz, fisicamente chegado
Resultantes, esfolaram-se em tentativas de cumplicidade.
Cortando a tribulação, espelharam um putrefacto legado
Talvez o mar, os propusesse à vulnerabilidade,
Memorial supedâneo, zelado pela reciprocidade
Foram as ondas que os afastaram, decompondo o agregado.
Caminharam, sentidos opostos por areia irreparável,
Parálio terminal dos seres com favas contadas.
Timoneiros pacientes, de um esforço imensurável.
Soprou o vento de costas voltadas,
Desmontando qualquer bulício inexorável.
Ambos, vítimas próprias, fielmente reportadas.
Jaime Pinho
Exílio
No azul cerúleo do ocaso, no parálio cais,
Longe do bulício da nossa ida mocidade;
Recordo-me de nós, na flor da idade,
Embriagados de anseios ideais.
Com o beneplácito dos santos locais,
Versejavas com inaudita loquacidade,
E tergiversavas quanto à saudade,
Que restaria dos nossos sonhos irreais.
Inexorável destino traçou fim desterrado.
Teu Empedernido coração a soçobrar.
Efémero supedâneo do tempo alheado.
E aquela sombra fugidia a esvoaçar
Desenha no cais o contorno esfumado,
Das planícies impossíveis de alcançar.
Soneto do Kafkaesco vírus em desconfinamento
Sentada neste banco de jardim
Ouvindo o bulício da natureza
Sinto um sucedâneo de tristeza
Natural como extensão de mim…
Escrevo na presente incerteza
Deste desconfinamento sem fim
Roendo, moendo, sendo assim
Como um inventor de estranheza!
Neste tempo sempre em mutação,
Qual kafkaesco vírus em soneto
Miscelânea de poesia e razão
Pouco consigo, mais do que prometo,
Escrevo com sentida emoção
Final consentido deste terceto.
Oxalá!
Oxalá o céu e o mar se unissem,
num azul cerúleo triunfante,
devolvendo à terra a sua origem,
abraçando a vida extravasante!
Oxalá as palavras a dor sentissem
tornando singular esse instante,
e o bulício do mar e o vazio fluíssem
para que todo o coração se espante!
Cada verso o mundo atravessaria
habitando o que ainda não foi dito.
Versos plantados, nessa travessia…
Quisera eu que o grão de areia tocasse,
tão inexoravelmente, o infinito
e, do céu, o pó das estrelas se espalhasse!
Certa tarde pus-me a pensar, nesse sítio à beira de água
Onde o solo é fértil e a flora abunda
Capaz de remover de mim qualquer mágoa,
Mesmo a que se aloja da maneira mais profunda.
Nesse parálio onde construí memórias,
Junto ao meu cerúleo companheiro,
Sobram-me, hoje em dia, apenas as histórias
Desse local longínquo e soalheiro.
Quis a vida transformar, meu coração sonhador
Neste objeto empedernido e desprovido de amor,
Onde nada mais sobrou que o vazio e a solidão.
Quem me dera poder uma vez mais voltar,
A esse sitio onde fui feliz, à beira do mar
Poder sentir novamente essa sensação.
Efémero supedâneo do tempo alheado.
E aquela sombra fugidia a esvoaçar
Desenha no cais o contorno esfumado,
Das planícies impossíveis de alcançar.
Helena Campos
Soneto do Kafkaesco vírus em desconfinamento
Sentada neste banco de jardim
Ouvindo o bulício da natureza
Sinto um sucedâneo de tristeza
Natural como extensão de mim…
Escrevo na presente incerteza
Deste desconfinamento sem fim
Roendo, moendo, sendo assim
Como um inventor de estranheza!
Neste tempo sempre em mutação,
Qual kafkaesco vírus em soneto
Miscelânea de poesia e razão
Pouco consigo, mais do que prometo,
Escrevo com sentida emoção
Final consentido deste terceto.
Eusdemim
Oxalá!
Oxalá o céu e o mar se unissem,
num azul cerúleo triunfante,
devolvendo à terra a sua origem,
abraçando a vida extravasante!
Oxalá as palavras a dor sentissem
tornando singular esse instante,
e o bulício do mar e o vazio fluíssem
para que todo o coração se espante!
Cada verso o mundo atravessaria
habitando o que ainda não foi dito.
Versos plantados, nessa travessia…
Quisera eu que o grão de areia tocasse,
tão inexoravelmente, o infinito
e, do céu, o pó das estrelas se espalhasse!
Margarida Bruto da Costa
Certa tarde pus-me a pensar, nesse sítio à beira de água
Onde o solo é fértil e a flora abunda
Capaz de remover de mim qualquer mágoa,
Mesmo a que se aloja da maneira mais profunda.
Nesse parálio onde construí memórias,
Junto ao meu cerúleo companheiro,
Sobram-me, hoje em dia, apenas as histórias
Desse local longínquo e soalheiro.
Quis a vida transformar, meu coração sonhador
Neste objeto empedernido e desprovido de amor,
Onde nada mais sobrou que o vazio e a solidão.
Quem me dera poder uma vez mais voltar,
A esse sitio onde fui feliz, à beira do mar
Poder sentir novamente essa sensação.
Paulo Ferreira
EM CONSTRUÇÃO
Foram ânsias, como minha mãe dizia,
Bem longe de ser loquaz, mas sempre em voz pública,
O que senti quando soou, subindo a fasquia,
“Constrói um soneto”, sem dar azo a réplica.
Não tugi, nem mugi, como meu pai dizia,
Naquele seu ar seráfico, mas em jeito de piada,
Pois que a construção foi adjudicada. Que azia!
E porque recusar não podia, só soou: “sê descomplicada”.
Se versada sou noutras escritas,
Na escrita da poesia nada tenho de versado,
E ainda com o bulício em mim instalado,
Desafiei-me, abrigada em rimadores e afins
E deixando o sol pôr-se na dita alma,
Pegar na caneta e criar um momento de calma.
De bulício não gosto,
amo o silêncio profundo,
onde posso ver o mundo,
tu nunca o viste, aposto!
Coração empedernido,
não tens olhos para ver,
nem vontade de viver,
já nasceste arrependido.
Vai e não voltes mais,
deixa-me só neste cais,
de horizontes sem fim.
Para onde vais, eu não vou,
deixa-me ser quem eu sou,
e não esperes por mim.
Jaz incessante no mar a fraca vaga,
Despedaçada, entre espuma clara.
Flores de pétalas grená soltara,
Sangue. Amargo que o meu mundo traga.
Loquaz errante que o dinheiro afaga,
Inexorável assassino ara
Na maresia afunda a vida rara.
Fim da esperança que no mar naufraga.
(No) “Mar: lugar onde se luta”. Morre.
Afogamento. Genocídi… Chiu!
Cego silêncio no mundo corre.
Aysha, Nasser, Nur, Farah. Encore.
Sharif, Rafiq, Amira, Tarek. Chiu!
Jamile, Najwa, Hanan. Encore.
Foram ânsias, como minha mãe dizia,
Bem longe de ser loquaz, mas sempre em voz pública,
O que senti quando soou, subindo a fasquia,
“Constrói um soneto”, sem dar azo a réplica.
Não tugi, nem mugi, como meu pai dizia,
Naquele seu ar seráfico, mas em jeito de piada,
Pois que a construção foi adjudicada. Que azia!
E porque recusar não podia, só soou: “sê descomplicada”.
Se versada sou noutras escritas,
Na escrita da poesia nada tenho de versado,
E ainda com o bulício em mim instalado,
Desafiei-me, abrigada em rimadores e afins
E deixando o sol pôr-se na dita alma,
Pegar na caneta e criar um momento de calma.
Aurora
De bulício não gosto,
amo o silêncio profundo,
onde posso ver o mundo,
tu nunca o viste, aposto!
Coração empedernido,
não tens olhos para ver,
nem vontade de viver,
já nasceste arrependido.
Vai e não voltes mais,
deixa-me só neste cais,
de horizontes sem fim.
Para onde vais, eu não vou,
deixa-me ser quem eu sou,
e não esperes por mim.
Maria Diniz
Jaz incessante no mar a fraca vaga,
Despedaçada, entre espuma clara.
Flores de pétalas grená soltara,
Sangue. Amargo que o meu mundo traga.
Loquaz errante que o dinheiro afaga,
Inexorável assassino ara
Na maresia afunda a vida rara.
Fim da esperança que no mar naufraga.
(No) “Mar: lugar onde se luta”. Morre.
Afogamento. Genocídi… Chiu!
Cego silêncio no mundo corre.
Aysha, Nasser, Nur, Farah. Encore.
Sharif, Rafiq, Amira, Tarek. Chiu!
Jamile, Najwa, Hanan. Encore.
Margarida Baptista
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