Cartas (2)

 

Querido Adão,

Espero-te bem!

Concluíste que te enganei, sendo a confiança crucial para ti. Para mim, o fundamental é sentir-me segura. Sem confiança da tua parte, a minha segurança a teu lado sucumbe.

Esta posição de xeque-mate é miserável, pois tu estás sempre à espera de me apanhar em falso e eu vivo em constante sobressalto.

Decidi partir, largar as parras e a máscara. Já não sou aquela que vive só para te amar.

O vexame que sofri fez-me desenvolver asas em forma de infinito e uma vontade indizível de trincar todas as maçãs que conseguir.

Voltarei quando sobrar apenas a poeira cósmica da minha existência.

Desejo-te felicidades e despeço-me com amor.

Sempre tua

Eva

Escrito por: Maia Gueio

 

 

 

 

Caros cidadãos,

Dirijo-me hoje a vocês como um de vós, como cidadão, como português. Dirijo-me a vocês porque cheguei ao meu limite e é necessário contar-vos a verdade, antes de partir. Já estarei longe quando esta carta for tornada pública mas compreendam que era a única forma de o fazer.

Quero que o saibam por mim; devo-vos isso: Tudo o que se passou nos últimos meses nada mais foi do que uma enorme mentira. Esta ameaça não é real. Foi uma invenção criada em gabinetes políticos e laboratórios clínicos com um objectivo que mais tarde perceberão. Nada mais posso revelar. Peço-vos apenas que acreditem nas minhas palavras e sejam incansáveis até saberem o porquê.

Lamento por tudo.

Até sempre.

António 

Escrito por: Emssi

Comentários

Enviar um comentário