Cartas (3)
Caríssimos herdeiros,
Se
estão a ler esta carta é porque já não estou neste mundo ou, por outras
palavras, quinei.
Pedi
ao meu querido advogado, a quem agradeçam uma avultada dedução à fortuna, que
lesse o que vos deixei:
À
querida Francisca as faturas dos colégios da tua limitada filha; ao Maroto
Gustavo as notas de divida das apostas; ao irreverente Alberto as faturas dos
carros destruídos; à doce Sofia as faturas das clínicas de
reabilitação.
………
Depois da pausa sádica (como adorava
ver as vossas caras!), vamos ao que interessa: deixei quatro testamentos, cada
um a favorecer um de vocês, escondido um em cada propriedade.
Vigorará apenas o primeiro a ser encontrado.
Adeus
meus queridos, boa caçada,
Gustavo
Albuquerque
Escrito por: Cristina Almeida
Querida filha,
Estou certo de que conseguiste superar
as provas e ler esta missiva!
Esta é a última oportunidade que tenho
de te ajudar, o Conselho tem-nos cativos e impede-nos de interferir.
Dentro da cápsula, tens um mapa para
chegares ao próximo abrigo. A Irmandade da Magia pode encaminhar-te até à
Estrada Sem Nome e, a partir daí, estarás por tua conta. Usa o teu dom para
escutar os animais e dominar a natureza. O talismã que te confiámos tem de
chegar à Terra do Feiticeiro Supremo até ao próximo inverno.
Mas não temas, querida Ágape, confia nas
tuas capacidades! Albergas no teu coração o maior dos tesouros, nunca te
esqueças.
Que os deuses te acompanhem!
O teu pai, Heitor
Escrito por: Margarida Pacheco Nunes
Gostei do sentido de humor do Gustavo Albuquerque, paz à sua alma. Talvez no fim do livro se descubra que afinal não morreu... será?
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