Ambas as mãos sobre o corpo

 Ambas as mãos sobre o corpo

Assim ficávamos, horas esquecidas, no reencontro que demorava.

O teu olhar no meu, a tua boca na minha percorrendo todo o meu corpo numa volúpia incandescente…e era então que mergulhávamos no mais profundo mar e cavalgávamos para Norte, montanha acima até cairmos exaustos e molhados num sono branco, quase azul, de mãos dadas por esse sonho de oásis, perdidos no deserto dos tempos.

A brisa da tarde, a ventania súbito abrindo as portadas amarelas e Carlos Gardel, incansável, num tango por terminar…e tudo recomeçava num desconcerto a quatro mãos.

Era Agosto, ao fim da tarde.

Ambas as mãos sobre o corpo…




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