Uma Canção de Gelo e Fogo

 Uma Canção de Gelo e Fogo era tocada pelos jograis quando ouviu o trote de cavalos aproximando-se da estalagem. Viajantes a horas tardias não era usual, mas mesmo assim o estalajadeiro fez sinal ao moço de estrebaria para ir ver quem chegava.


Minutos depois, já com os cavalos nos estábulos, quatro homens entram na sala comum, sentando-se na única mesa livre. O estalajadeiro conhecia o mais velho, a quem ofereceu uma caneca de cerveja, dando-lhe as boas vindas, Bons olhos te vejam amigo, esta é por conta da casa, perguntando a medo, Vistes… A tua filha, não tenho novas, estalajadeiro, nada mais sei desde o que te relatei na minha última visita. Desviando o olhar, constrangido, o recém-chegado disse, Peço-te hospedagem para esta noite, partimos ao raiar do Sol, ainda temos muita estrada até ao Outro Lado.

Era o que esperava, nada mais e nada menos. Aqueles que levavam para o Castelo era como se fossem levados para outro mundo. Precisava ainda assim de uns momentos a sós.

Deu algumas voltas pelo pátio, àquela hora deserto, parando para olhar a imponente montanha que dominava a paisagem. Lá no cimo, na Vila, ainda vislumbrava algumas luzes. Bem, pensou, Outras notícias haverá, melhor será ir tratar das acomodações destes viajantes.

Nem meia volta dera quando se depara com um homem e um punhal apontado ao seu peito. Estalajadeiro, disse o estranho, Preciso de uma montada e provisões, ajuda-me e pode ser que não tenhas ainda visto tua filha pela última vez.



Nota: usei a técnica saramaguiana de usar uma maiúscula após uma vírgula para indicar a mudança de orador.


(Anónimo)



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